Tarefas assistenciais: esclarecer ou consolar?

A busca pelo autoconhecimento proposta pela Conscienciologia e Projeciologia tem a assistência como finalidade maior. Por assistência entende-se o auxílio voluntário interconsciencial em benefício do bem-estar alheio. O entendimento de nossa responsabilidade assistencial aumenta na medida em que cresce o conhecimento sobre as leis grupais da evolução.

Fundamentada para aprofundar o conhecimento da natureza da consciência – princípio inteligente também denominado self, alma ou espírito – a Conscienciologia divide a assistência em duas práticas específicas, com métodos e finalidades diferentes. A tarefa da consolação ou Tacon é aquela que atende às necessidades mais imediatas do indivíduo, abrandando temporariamente suas dificuldades, porém sem traze solução definitiva para seus problemas. É uma assistência que conforta a pessoa, atendendo às suas necessidades emocionais, por isso é relativamente fácil de ser realizada.

A Tacon é a ajuda que não vai fundo na raiz dos problemas, mantendo-se na superficialidade e, muitas vezes, causando dependências. Como exemplos deste tipo de ajuda podemos citar a doação de esmolas e todas as ações de caridade, o empréstimo de dinheiro para pessoas financeiramente desorganizadas, o ato de escutar queixas sem conduzir a pessoa à reflexão e até mesmo a doação de energias. Apesar de ser o primeiro passo na escola da interassistência, quando a pessoa vai além do próprio ego, a tarefa da consolação atende consciências que ainda não priorizam a razão e o discernimento.

O outro lado da assistência é a tarefa do esclarecimento ou Tares, a segunda prática assistencial na divisão da Conscienciologia. A Tares é a assistência mais profunda realizada por meio da informação e visa estimular o esforço pessoal em torno das mudanças necessárias de comportamento. A assistência esclarecedora tende a ser definitiva, pois mexe com a autonomia do indivíduo e trabalha sua realidade sem meias-verdades ou qualquer outro elemento consolador.

Por não fazer média, a tarefa do esclarecimento é mais difícil de ser realizada e tem um caráter que muitas vezes pode ser qualificado como antipático ao assistido, porque não consola e diz não quando necessário. Ao adotar a postura de esclarecer, o assistente usa as informações de ponta mais elementares, visando mudanças definitivas na vida do assistido. Podemos qualificar a tarefa do esclarecimento como dar educação financeira ao invés de dar dinheiro; ensinar ou encaminhar para o ensino de uma profissão ao invés de dar esmolas e dar uma devolutiva que faça a pessoa refletir ao invés de apenas ouvir e concordar com relatos de ações inconsistentes. Esclarecer é ir direto ao ponto, com gentileza mas com firmeza, dizendo não quando necessário.

Método mais construtivo, a Tares demanda alguns pré-requisitos para que surta os efeitos necessários, sem ultrapassar as barreiras do bom senso. Para esclarecer ou dizer determinadas verdades é preciso que o assistente seja imbuído de intencionalidade genuína, pautada na ética universal. Para fazer uma crítica sadia e eficaz, é necessário que o assistente dispa-se de qualquer vaidade ou superioridade, alimentando apenas a vontade de ajudar sem o intuito de colocar o dedo em riste no nariz do outro para apontar uma suposta realidade.

A atitude de esclarecer exige além do posicionamento pessoal, ou a firmeza recheada de brandura, a condição do exemplarismo pessoal. Exemplar é a pessoa que tem conduta assertiva e, por isso, autoridade moral para fazer a tarefa do esclarecimento a alguém. Além disso, o esclarecimento precisa sempre levar em conta o patamar evolutivo do outro, de modo a não ultrapassar a sua condição de entendimento do que possa ser dito. E para que o esclarecimento seja realmente assistencial é necessário que o assistente esteja conectado com os amparadores multidimensionais, os auxiliares técnicos da assistência que neste momento não têm corpo físico e que se dedicam a inspirar quem se propõe a assistir de modo esclarecedor.

Rosane Amadori é jornalista e professora do Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC), instituição de educação e pesquisa científica, laica, sem fins lucrativos.

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